Violino, de Anne Rice

by - fevereiro 28, 2023

Obra: The Martyrdom of Saint Sebastian, de Guido Reni

Violino, de Anne Rice, foi o nosso livro escolhido para o Desafio do Conforto Literário agora de fevereiro. A Mi tinha decidido ler ele já, e aí eu aproveitei uma promoção e comprei ele por 12,00, pensei poxa, então vai ser ele mesmo. Mas eu não fazia ideia do que me esperava.

Antes de tudo eu vou dar um breve resumo do que se trata o livro: Violino, escrito por Anne Rice, é um livro de 1997 e foi lançado aqui no Brasil pela Editora Rocco em 1999, com tradução de Mario Molina. No livro, conhecemos Triana, uma mulher com 54 anos, que vive em Nova Orleans em um casarão herdado de sua família e que perdeu demais na vida: seus pais, sua filha, e seu marido acaba de falecer também. Ela tem uma profunda ligação com a música, principalmente a clássica, e é fascinada por violinos. 

Então, enquanto está de luto por seu marido, com o cadáver ainda na casa em que ocupavam juntos, ela ouve uma estranha música, envolvente, delicada, e conhece Stefan, que tem tocado violino pelos arredores. Quando ambos têm um primeiro contato, Triana descobre que Stefan é um fantasma. 

A música de Stefan não é somente encantadora. Ela também é capaz de despertar sentimentos há muito escondidos em quem a escuta. Triana, que já está de luto há anos e tem essa relação tão próxima com a morte, acaba se lembrando de momentos terríveis de seu passado. Mas Triana não é de desistir sem lutar, e quando descobre que o violino dá poder a Stefan, ela o toma dele. 

Isso faz com que Triana seja levada à vida de Stefan, ao seu passado, e descubra tudo sobre ele. Lá, ficamos sabendo que Stefan foi aprendiz de Beethoven e outras figuras históricas ligadas à música aparecem. Mais adiante, Triana também chega a visitar o Rio de Janeiro, e descobre muito sobre si mesma no processo.


Até aqui podem ficar despreocupados que não contei nenhum spoiler do livro. Isso é basicamente um resumo da trama que, sendo muito sincera, não faria diferença se eu contasse tudo o que acontece. 

Tudo isso faz o livro parecer muito interessante, mas ele infelizmente não é. Ele é chato e tedioso, com diálogos sem pé nem cabeça, situações um pouco até embaraçosas, o que torna toda a leitura um porre. As coisas melhoram um pouco quando voltamos ao passado de Stefan, a história se torna mais interessante, as motivações e ideias dos personagens se tornam mais claras, mas ainda assim é uma leitura extremamente lenta e com pouquíssima fluidez. 

Eu refleti muito antes de escrever essa resenha, porque minha vontade sincera era dizer só: caraca, isso aqui é não foi legal. Mas como eu não costumo falar de leituras que não gostei, eu preferi explicar um pouco melhor o que me incomodou. Eu não preciso que leituras tenham reviravoltas, sejam cheias de desgraças ou coisas do tipo. O problema de Violino, entretanto, é que ele é chato mesmo. Muito chato. Chato como fazia anos que eu não lia um livro tão chato. Diversas vezes parece que os personagens não chegam a lugar nenhum. A relação entre Triana e Stefan é cansativa. Eles mesmos não entendem o que querem um com o outro, e muito menos nós. 

Eu queria ver mais desdobramentos. Mais momentos de Stefan como fantasma ao longo dos anos, conhecer Karl, o marido falecido de Triana, melhor. Sua relação com São Sebastião, detalhes que acho que fariam o livro mais interessante. Empacamos na vida de Triana, enquanto ela chafurda em suas memórias e nas confusões de sua mente, e é extremamente monótono. Entendemos a dor de Triana, mas não entendemos muito mais sobre ela.

Foi uma leitura que não me agradou, realmente. Foi difícil terminar, e eu só terminei porque ela estava no desafio e eu não acho que conseguiria escolher outro em tão pouco tempo antes de terminar fevereiro. Mas esse aqui foi puxado.

Violino, de Anne Rice, está disponível na Amazon* em formato físico, mas também é facilmente encontrado em sebos na Estante Virtual.


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*Comprando com meus links da Amazon, você dá aquela forcinha sem pagar nada a mais por isso :)

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1 comentários

  1. Anne Rice tem um universo incrível, mas a escrita dela às vezes dói, né? É o mesmo problema que eu tenho com o Philip K. Dick. Acho a escrita um saco, mas as adaptações para o cinema são alguns dos meus filmes favoritos.

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