[As Bruxas Mayfair] Lasher, de Anne Rice

by - agosto 25, 2022


Desde setembro de 2021 estou em uma jornada. Não de autodescobrimento, não do amor próprio, mas de autocomiseração e, algumas vezes, de tristeza, escândalo, horror. Não me entendam mal, ninguém está me forçando a isso, a não ser minha própria mente e minha força de vontade estranha que me impede de abandonar esse barco, tão furado como um queijo suíço.

Essa jornada se chama: a leitura de As Crônicas Vampirescas e As Bruxas Mayfair, em sequência, acompanhando todos os livros. Vocês podem ver a ordem que estou seguindo neste texto aqui

Tudo começou não sei exatamente onde. Eu li Entrevista com o Vampiro, quando vi estava lendo A Hora das Bruxas com a Michelle no The Witching Hour, nosso falecido podcast/canal/projeto, e de repente, poof, estava aqui. Depois de acompanhar Lestat por cinco intermináveis livros, eu dei uma pausa no vampiro tristonho e avancei para os livros das Bruxas Mayfair.

Eu não sou (tão) maluca, então decidi não reler A Hora das Bruxas, e fui direto para Lasher. Se fiz melhor ou pior eu não saberia dizer. 

Não me entendam mal. Eu gosto da Anne Rice. Eu gosto muito do universo que ela criou, da narrativa dela (de vez em quando ela é meio enrolada, mas ela era boa, muito boa, isso é indiscutível); mas ao mesmo tempo, como comentei em um grupo de amigos, eu acho que sou meio careta para ler Anne Rice. Eu sempre fico extremamente escandalizada. Mas enfim. Eu cheguei até aqui, e não vou desistir agora (talvez no próximo, nunca se sabe).

Então, seguindo minha ordem de leitura, e decidida a não reler A Hora das Bruxas, segui para Lasher. Li na edição com tradução de Waldéa Barcellos, da Rocco Digital, acho que de 2012. Mas a edição física que tenho é a de 1994(95?) da Ballantine Books, porque além de ler, eu também estou colecionando as edições dessas duas séries. Dizem que a desgraça sempre vem em três.

Tudo que eu disser aqui sobre este livro pode ser um spoiler de A Hora das Bruxas, já que é uma continuação (eu mesma fiquei um pouco perdida com a quantidade de nomes e o que estava acontecendo, já que fazia um tempo que eu li o primeiro livro, mas consegui encontrar ali o fio da meada). Então, leiam os próximos parágrafos por conta e risco.

Lasher já começa com uma narrativa sobre Emaleth, e é mesmo um pouco confuso. Emaleth ainda não nasceu. Ela é a filha de Rowan e Lasher (no caso, Rowan deu à luz Lasher no final de A Hora das Bruxas, e fugiu com ele, depois que ele quase assassinou Michael no dia de Natal, nem Christina Rocha saberia lidar com esse grupo da pesada). Os capítulos de Lasher, assim como em As Bruxas, são alternados, então após esse primeiro contato com Emaleth, nos voltamos para a casa de First Street, e acontece esse frequente vai e vem entre os pontos de vistas da história, que acabam se complementando, como um grande vitral confuso e esquisito.

Ao longo do livro nós acompanhamos a alguns personagens-chave para essa história: Michael Curry segue sendo um personagem importante, completamente destruído após a noite de Natal da qual Rowan partiu, mas Mona Mayfair, uma das primas de Rowan, assume um maior lugar de destaque (Mona tem treze anos, é uma garota muito inteligente e extremamente precoce, no sentido bíblico da palavra). Rowan está longe do contato da família, sendo mantida em cativeiro por Lasher, enquanto espera Emaleth. Muito fraca e abatida. Os maiores esforços da família Mayfair, no momento, são encontrar Rowan. Muitos acreditam que ela esteja morta, mas Michael segue crente que irá reencontrá-la. Lasher também é frequente, assim como Yuri, membro da Talamasca e amigo de Aaron Lightner. Aaron também faz suas aparições. Entre eles, também, estão todos os vários nomes esquisitos da família Mayfair com alguns momentos importantes para a trama.


Novamente, também somos apresentados a mais alguns capítulos do passado da família Mayfair. Julien Mayfair é o destaque dessa vez, e conhecemos toda a sua história de vida. Lasher também acaba tendo alguns capítulos para contar sua história. 

Bom, o que eu posso dizer? Meus capítulos favoritos sempre são os que contam o passado da família Mayfair. Apesar de ficar completamente escandalizada com as ideias da Anne Rice, eu também sou curiosa, infelizmente, e isso já me levou a lugares horrendos, como ficar até duas da manhã lendo Lasher 1) porque eu queria terminar logo, já não aguentava mais, mas também porque 2) eu precisava, muito, saber o que estava acontecendo. 

Se a vocês que estão lendo este texto parece que eu tenho sentimentos conflitantes sobre essas séries, acreditem, sim, é isso mesmo. É tudo muito fantástico, e horrendo, e escandaloso, e polêmico, mas também é fascinante. É como assistir uma batida de carro, só que dentro do carro duas pessoas estão fazendo sexo (tipo Crash, mas mais angustiante e tenebroso e grotesco).

Obviamente eu preciso de alguns meses de descanso para minha cabeça voltar ao normal até ler Taltos. Então não esperem continuidade desse projeto até outubro, no mínimo.

Mas estou cada dia mais empolgada com as adaptações que esses livros vão receber. Estou curiosa para as séries de Entrevista com o Vampiro e A Hora das Bruxas. Estou refletindo sobre a escolha de Alexandra Daddario como Rowan, mas estou cada dia mais convencida. Vamos aguardar.

Lasher pode ser comprado na Amazon*, em formato físico ou digital, ou você pode fazer como eu e comprar pelos sebos por aí. Sempre compro Anne Rice no sebo. Estou aguardando o dia de encontrar dedicatórias interessantes nos livros, mas ainda não aconteceu.

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*Comprando com meus links da Amazon, você dá aquela forcinha sem pagar nada a mais por isso :)

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