Carrie, de Stephen King
Não faz muito tempo que leio Stephen King. Não posso dizer, por exemplo, que leio King desde que nasci. Olhando pelo lado bom, eu ainda tenho MUITOS livros dele para ler. E, como ele lança uns três livros por ano, acho que ainda terei livros do King para ler por muito tempo.
O último livro dele que li foi Carrie. Acabei essa semana. Li nessa edição nova, da coleção Biblioteca Stephen King, da Editora Suma, com a tradução da Regiane Winarski. Gosto de ir escolhendo meus Kings conforme meu humor. Tenho outros livros dele parados na estante, mas foi esse que me chamou, eu só atendi ao chamado.
Já comentei aqui outras vezes que geralmente, intuitivamente, eu leio King em momentos de necessidade. Quando preciso de um apoio, uma palavra amiga, um ombro, um puxão de orelha. Para mim, King desempenha muito bem todas essas funções, às vezes ao mesmo tempo.
Nesse momento, nessas últimas semanas, estou passando por um processo interessante de descoberta e reflexão sobre mim mesma, sobre o que eu quero fazer dos meus dias, sobre quem eu quero ser quando crescer, essas coisas. Eu não estava contente com essa coisa de criar conteúdo, dessa necessidade de ver as coisas rapidamente e ter que opinar ao mesmo tempo, não estava contente com nada. Sempre adorei os bastidores, então resolvi dar um passo ou dois para trás. Depois de algumas decisões e alguns afastamentos, de definir prioridades e resolver questões internas, eu encontrei um ou dois rumos para seguir adiante. (Se você, leitor, ainda não tinha percebido, esse blog já estava se tornando muito mais pessoal há algum tempo.)
Calhou de estar lendo Carrie enquanto eu passava por essa fase. Mesmo que nada em Carrie traga esses questionamentos, foi, de certa forma, um bom livro para passar um tempo e refletir um pouco.
A história do livro muitos já conhecem. Carrie era uma garota não muito querida em sua escola, que sofre com a mãe extremamente religiosa. No dia de sua primeira menstruação, que acontece enquanto ela está no banheiro da escola, algo meio adormecido desperta nela. As garotas que estavam no banheiro começam um movimento terrível de tirar sarro em Carrie, que acaba indo pra casa. Sue, uma dessas garotas, acaba se sentindo culpada pelo que fez, e pede que seu namorado, Tommy, acompanhe Carrie ao baile. Mas, claro, nada é tão simples em um livro do Stephen King. Carrie sofre a derradeira pegadinha de Chris, que junto do rapaz com quem estava saindo, arma dois baldes de sangue de porco no palco da celebração. Aí o pesadelo começa de verdade.
O livro tem vários recortes de jornal e partes de livros e estudos sobre os acontecimentos da noite do baile da escola, então sabemos que a noite do baile teve algum acontecimento grande desde o começo, como é bem típico de King. A história vem e vai do futuro ao passado, enquanto acompanhamos o desenrolar dos fatos através da narração e desses outros recortes. Eu gostei muito da forma como o livro foi montado, gosto desse tipo de material. Dá um aspecto real, mas sabendo que não o é.
"Mas quase ninguém descobre que suas ações magoam outras pessoas! As pessoas não se tornam melhores, só mais inteligentes. Quando se fica mais inteligente, você não para de arrancar asas das moscas, só procura motivos melhores para fazer isso. Muita gente diz que tem pena de Carrie White, a maioria garotas, o que é uma piada, mas aposto que nenhuma entende como é ser Carrie White, todos os segundos de todos os dias. E elas não se importam."
A adaptação mais famosa de Carrie foi lançada dois anos após a publicação do livro. Dirigida por Brian de Palma, é um filme muito fiel à história contada no livro, e também é bastante cultuado. Mas esses recortes fazem o livro ter um charme especial. Além do mais, alguns detalhes me fizeram gostar mais do livro. Carrie, por exemplo, tendo plena consciência de seus poderes, e fazendo o que fez sabendo sim o que estava acontecendo. No filme parece um pouco que foi acidente, descontrole. No livro ela perde sim um pouco do controle, mas não dá para se dizer que não foi de caso pensado.
Tem uma cena que gosto mais no filme do que no livro: quando Carrie retorna do baile, e se encontra com sua mãe. Gosto daquele momento no filme, acho ele mais representativo.
Mesmo assim, as duas obras se complementam muito bem. São duas mídias que conseguem conversar de forma excelente. Como se o filme fosse uma extensão do livro. No filme sabemos o que aconteceu, mas nos livros nós temos todos os detalhes.
Você pode comprar Carrie através da Amazon*, em formato ebook ou livro físico, ou ainda no site da própria Companhia das Letras. A edição está muito bacana, e o trabalho da Regiane de tradução está, como sempre, excelente. Mas, caso você tenha um sebo preferido, você consegue achar edições mais em conta também.
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*Comprando com meus links da Amazon, você dá aquela forcinha sem pagar nada a mais por isso :)
3 comentários
Oi, Jéssica!
ResponderExcluirNunca li nada de Stephen King, mas duas histórias que eu tenho vontade de ler sendo de autoria dele, por já ter tido contato com as adaptações cinematográficas das obras, por já ter assistido, seriam o conto no qual o filme 'Conta comigo' é baseado e o livro 'Christine, o carro assassino', que dá nome ao filme. Você já leu? Indicaria?
~Cartas da Gleize. 💌
Oie Gleize! Christine eu ainda não li, infelizmente, mas quero muito ler. O conto de Conta Comigo é INCRÍVEL. O Quatro Estações, livro em que ele está, é perfeito. Todos os contos dele são muito bons e eu recomendo muito sim. Não sei se você já viu, mas o filme Um Sonho de Liberdade? Então, o conto em que ele é baseado também tá nesse livro. É realmente muito bom!
ExcluirO King não tem muito por onde começar, é mais seguir seu coração e ir testando o tipo de história que você curte.
Se ler, me conta o que achou <3
Oi, Jéssica! Já assisti ao filme Um Sonho de Liberdade, sim, e não sabia que também era baseado numa obra do Stephen King. Bom saber. :) Pelo visto o cinema está cheio de adaptações de obras dele.
ExcluirUm abraço. 💕
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