Livros favoritos de 2022

by - janeiro 09, 2023


Todo ano eu faço eu balanço das minhas leituras. Não pra competir com ninguém, muito menos comigo mesma. Mas gosto de saber o quanto eu li, o que eu li, e como eu li. A lista do ano passado está aqui, caso alguém queira dar uma olhadinha.

Esse ano eu sinto que li menos que o ano passado. O mês que mais li foi agosto, e o que menos li foi dezembro (mas, em minha defesa, metade de dezembro eu gastei lendo Dança da Morte que, por um acaso, continuo lendo). Mas, enfim, o que me deixou um pouco chateada foi que minha lista de leituras não avançou muito. Por isso estabeleci algumas metas e até um desafio esse ano — feito junto com a Michelle, que vocês podem ver aqui

Então, sem mais delongas, abaixo eu listei minhas leituras favoritas do ano e algumas menções honrosas. 

  • Saboroso Cadáver, de Agustina Bazterrica: Li Saboroso Cadáver em inglês, em fevereiro, antes de saber que ele seria lançado em português pela DarkSide, com tradução de Ayelén Medail. Encontrei ele no kindle unlimited e como já tinha ouvido falar coisas impressionantes dele, resolvi ler. Foi uma porrada na cara pesadíssima. Colocou em cheque tantas coisas, me fez refletir por tanto tempo. Até hoje não superei. Foi uma das minhas melhores leituras nesses 29 aninhos de vida, não só de 2022. Tem uma resenha dele aqui no blog.
  • Mandíbula, de Mónica Ojeda: Enquanto fazia minhas pesquisas para o texto de gótico e terror latino americano que saiu na Quatro Cinco Um, me deparei com o nome da Mónica. Na época ainda não tinha nenhum dela em português, mas a mencionei no meu texto. Quando a Autêntica Contemporânea lançou ele no Brasil, com a tradução da Silvia Massimini Felix, eles me enviaram um exemplar e foi uma leitura brutal e excelente. Saiu texto dele aqui no blog. Fiquei fascinada e já estou ansiosa para o próximo dela que eles vão lançar em 2023, Las Voladoras, também com a tradução de Silvia, como mencionou o texto com mais de 400 lançamentos de livros para o ano que vem do site Plural. 
  • Bosque Profundo, de Carmen Maria Machado e Dani: Li pouquíssimos quadrinhos esse ano, mas um dos que mais me tocou foi Bosque Profundo, escrito por Carmen Maria Machado e ilustrado por Dani. O quadrinho saiu pela Panini, e é originalmente do selo Hill House, comandado por Joe Hill. A história é uma delícia, sombria, triste, tem momentos incríveis. Eu leria mais umas quinze edições dessa beleza.
  • O Parque das Irmãs Magníficas, de Camila Sosa Villada: Eu estava de olho nesse livro desde seu lançamento, mas acabei (como sempre) demorando um bocado para finalmente lê-lo. Quando li fiquei totalmente fascinada. Lançado aqui no Brasil pela Tusquets, com tradução de Joca Reiners Terron, a história toda é fascinante e cruel, fantástica e crua. É uma baita obra. Resenha aqui no blog.
  • As Sete Mortes de Evelyn Hardcastle, de Stuart Turton: Esse livro me deixou completamente desgrenhada das ideias. Fiquei muito perdida por dias enquanto lia, depois que terminei, eu só conseguia pensar no que estava acontecendo nessa história. O final é meio maluco, mas valeu completamente a jornada. O livro foi lançado aqui no Brasil pela Editora Dublinense, com tradução de Hilton Lima, e tem texto aqui no blog sobre ele.
  • Silêncio dos Inocentes, de Thomas Morris: Esse livro foi muito especial, primeiro porque eu queria ler ele há muito tempo, segundo porque foi o primeiro empréstimo que fiz na biblioteca municipal aqui da cidade. Peguei a edição dos anos 1980, da Editora Supersellers, com tradução de Antonio Gonçalves Penna (obrigada Sybylla que me avisou de quem era a tradução). Mesmo amando o filme, gostei mais do livro. Acho que ele lida melhor com várias das questões tratadas na história.
  • Temporada de Caça, de Stephen Graham Jones: Esse ano li dois livros do Graham Jones: Temporada de Caça, que saiu aqui no Brasil pela DarkSide (com tradução de Leandro Durazzo), e que ainda não tive tempo de fazer uma resenha, e Mapping the Interior, uma história com 112 páginas. Eu nem tenho muito o que dizer do Graham Jones que eu já não tenha dito. Ele escreve de uma forma crua, tão real, tão pessimista, às vezes, tão braba, que é impossível não amar cada linha (claro, se você gosta desse tipo de livro). Os livros dele são como se alguém estivesse gritando uma história no seu ouvido. É de uma urgência, de uma necessidade que você leia tudo que ele escreveu, que você conheça aquilo que ele está dizendo.  
  • The Dangers of Smoking in Bed, Mariana Enriquez: Livro de contos de uma das minhas favoritas que comprei pro meu aniversário. Eu amo a Mariana Enriquez e tudo que ela escreve. Estive falando com a Verena Cavalcante enquanto eu lia, e os contos desse livro me pareceram muito mais cruéis do que os de As Coisas que Perdemos no Fogo, que tem, pra mim, um ar mais melancólico. Achei sensacional. Infelizmente demoram muito para lançar todos os livros da autora aqui no Brasil, um pecado que acontece também com outras tantas autoras importantes, como a Shirley Jackson. Mas com fé outros títulos serão lançados. Ainda não fiz resenha desse, mas deve sair em breve. 

Esse ano foi um bom ano para meu trabalho. Todos os livros em que trabalhei foram incríveis, não tenho do que reclamar (nunca tenho, na verdade). Mas queria deixar aqui menção honrosa para quatro deles: Anatomia True Crime dos Filmes, de Harold Schechter, que é um livro divertidíssimo sobre crimes que inspiraram grandes filmes do cinema — com várias curiosidades e histórias interessantíssimas —; Quando os Adams Saíram de Férias, de Mendal W. Johnson, um clássico brutal que esteve esgotado no Brasil por anos e que é um livro arrebatador (e que acabei gostando mais dele na segunda leitura); 1618, do Cesar Bravo, que me conquistou demais e eu amei cada parte da leitura dele; e Tom Savini: Vida Monstruosa, a biografia do astro das maquiagens e efeitos visuais do terror, Tom Savini, que é uma figura que eu gosto demais na indústria.

E eu não poderia deixar de comentar sobre minha primeira experiência lendo Sherlock Holmes. Sim, eu nunca tinha parado realmente para ler as histórias do detetive, e finalmente ele caiu em minhas graças. Eu li uns quatro livros dele em sequência e amei cada segundo. Espero conseguir comprar aquele box bacana em breve, pra poder reler sempre que quiser. 

2022 até que foi um bom ano para as leituras (e em alguns outros aspectos também). Mas torço pra que 2023 seja ainda melhor, em tudo. 

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* Deixei meu link de associada da Amazon em todos os livros que mencionei. Comprando com meus links da Amazon, você me dá aquela forcinha sem pagar nada a mais por isso, já que eu recebo uma comissãozinha com a sua compra. 

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2 comentários

  1. muito ansiosa pra fazer algumas das leituras que você mencionou durante o ano passado e você reiterando aqui e agora como favoritos não tenho como deixar passar de novo haha. feliz ano novo, Jéssica <3

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    1. hahahaha eu sou muito empolgada, né. às vezes fico martelando os livros na orelha das pessoas. mas fico feliz que você tenha ficado interessada <3 espero que sejam leituras bacanas pra você também! Feliz ano novo, que seja um ano cheio de livros <3

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